Para refletir...





Semeia Sempre

     
No grande cosmos, tu és um semeador, tu és presença e pessoa.

Não podes fugir à responsabilidade de semear...

Não digas: o Sol é áspero,
                  o sol queima,
                  chove freqüentemente,
                  a semente não serve.

Não é tua função julgar a terra, o tempo, as coisas...
                Tua missão é semear...
                As sementes são abundantes...
                E germinam facilmente:
               um pensamento,
               um gesto,
                um sorriso,
                uma promessa de alento,
                um aperto de mão,
                um conselho amigo,
                um pouco de água.

Não semeies, descuidadamente, como alguém que se desincumbe de uma missão, ou cumpre uma simples tarefa.

Semeia com interesse, com amor, com atenção, como quem encontra nisso o motivo de sua felicidade!

E, ao semear, não penses: quanto me darão? Quando será a colheita?

Recorda que não semeias para enriquecer-te, aguardando o ganho multiplicado.

Semeias, porque não podes viver sem dar, porque não podes servir a Deus sem servir os teus irmãos...

É dono de ti e da vida, quando trocas o  teu pouco com o outro.
            Sem esperar recompensas...
                    Serás recompensado.
            Sem esperar riquezas...
                    Enriquecerás.
            Sem pensar na colheita...
                    Teus bens se multiplicarão.

            Porque semeias num Reino,

            Onde dar é receber, onde dar a vida é perdê-la para encontrá-la, onde gastar servindo é crescer e transformar.

            Semeias sempre, em todo terreno,
            em todo tempo,
            a boa semente,
            com amor, com carinho,
            como se estivesse semeando o próprio coração...

            Sai semeador...

            parte... prepara...

            levando contigo tudo o que tens,

            e acolhe o que o outro pode te dar...

           Vigia e vela...

           Lembra que o fruto é partilhar, a glória, para Deus.

           E na simplicidade, diz: OBRIGADO(A)!

           Sê pois um semeador...

           Hoje, agora... aqui e já!



 O Trabalho da Borboleta


          Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo.
         Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
         Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
         Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
         O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
         A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas.
         O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo.
         Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.
         Ela nunca foi capaz de voar.
         O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
         Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossas vidas. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados.
         Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
         Nós nunca poderíamos voar.




Girassóis e Miosótis


O girassol é flor raçuda,
que enfrenta até a mais violenta intempérie
e acaba sobrevivendo.
Ela quer luz e espaço e em busca desses
objetivos, seu corpo se contorce o dia inteiro.
O girassol aprendeu a viver com o sol
e por isso é forte.

Já o miosótis é plantinha linda,
mas que exige muito mais cuidado.
Gosta mais de estufa.
O girassol se vira... e como se vira!
O miosótis quando se vira, vira errado.
Precisa de atenção redobrada.
Há filhos girassóis e filhos miosótis.
Os primeiros resistem a qualquer crise:
descobrem um jeito de viver bem, sem ajuda.
As mães chegam a reclamar da independência
desses meninos e meninas, tal a sua capacidade
de enfrentar problemas e sair-se bem.

Por outro lado, há filhos e filhas miosótis,
que sempre precisam de atenção.
Todo cuidado é pouco diante deles.
Reagem desmesuradamente, melindram-se,
são mais egoístas que os demais, ou às vezes,
mais generosos e ao mesmo tempo tímidos,
caladões, encurralados.
Eles estão sempre precisando de cuidados.

O papel dos Pais é o mesmo do jardineiro
que sabe das necessidades de cada flor,
incentiva ou poda na hora certa.

De qualquer modo fique atento.

Não abandone demais os seus girassóis
porque eles também precisam de carinho...
e não proteja demais os seus miosótis.

As rédeas permanecem com vocês...
mas também a tesoura e o regador.

Não negue, mas não deem tudo que querem:
a falta e o excesso de cuidados matam a planta...
(José Fernandes de Oliveira)




Seja o Melhor Possível


Se você não puder ser um pinheiro no topo da colina, seja um arbusto no vale – mas o melhor arbusto à margem do regato; seja um ramo, se não puder ser uma árvore.

Se você não puder ser um ramo, seja um pouco de relva e dê alegria a algum caminho; se não puder ser almíscar, seja então, apenas uma tília – mas a tília mais viva do lago.

Não podemos ser todos capitães, temos que ser também tripulação. Existe alguma coisa para todos nós aqui. Há grandes obras e outras menores a realizar. E é a próxima tarefa que devemos empreender.

 Se você não puder ser uma estrada, seja apenas uma senda; se não puder ser o sol, seja uma estrela. Não é pelo tamanho que você terá êxito ou fracasso. Mas seja o melhor do que quer que você seja!



 (Douglas Malloch)






Amigos




 Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.

Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.

E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.

Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

(Vinícius de Moraes)





A Importância do Perdão
(Marcos Leite)


     O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado. Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas estou alegre, porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Zeca só conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos. O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mal que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos. Lembre-se:
Cuidado com seus pensamentos, eles se transformam em palavras;
Cuidado com suas palavras, elas se transformam em ações;
Cuidado com suas ações, elas se transformam em hábitos;
Cuidado com seus hábitos, eles moldam o seu caráter;
Cuidado com seu caráter, ele controla o seu destino.
Marcos Leite e jornalista, publicitário e coordenador do programa “Espaço Jovem”,
veiculado pela Rádio Rio de Janeiro (1400 KHz AM / www.radioriodejaneiro.am.br)
 Fonte: Revista Cultura Espírita – Ano III – n° 25 – Abril / 2011 – Pag.17.





Felicidade
(Marcos Leite)

         Corremos de um lado para o outro esperando descobrir a chave da felicidade...
            Esperamos que tudo que nos preocupa se resolva num passe de mágica.
Achamos que a vida seria tão diferente, se pelo menos fossemos felizes.
            E, assim, uns fogem de casa para serem felizes e outros fogem para casa para serem felizes...
           Uns se casam para serem felizes e outros se divorciam para serem felizes...
          Uns fazem viagens caríssimas para serem felizes e outros trabalham além do normal para serem felizes...
          Uma busca infinda. Anos desperdiçados.
          Nunca a lua está ao alcance da mão, nunca o fruto está maduro, nunca o vinho está no ponto.
          Sombras, lágrimas. Nunca estamos satisfeitos.
          Mas, há uma forma melhor de viver!
         A partir do momento em que decidimos ser felizes, nossa busca da felicidade chega ao fim.
         É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa. E jamais está a venda.
        Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nos mesmos, e inútil procurar em outra parte. Sempre que dependemos de coisas fora de nós para ter alegria, estamos fadados à decepção.
        A felicidade não tem nada a ver com conseguir. Consiste em satisfazer-nos com o que temos e com o que não temos.
         Poucas coisas são necessárias para fazer feliz o homem sábio, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaria a um inconformado. As necessidades de cada um de nós são poucas. Enquanto tivermos alguma coisa a fazer, alguém a amar, alguma coisa a esperar, seremos felizes.
         Saiba: a única fonte de felicidade está dentro de você e deve ser repartida. Repartir alegrias e como espalhar perfumes sobre os outros: sempre algumas gotas acabam caindo sobre você mesmo.
         Na incerteza do amanhã... aproveite o hoje para ser feliz!

 Marcos Leite e jornalista, publicitário e coordenador do programa “Espaço Jovem”,
veiculado pela Rádio Rio de Janeiro (1400 KHz AM / www.radioriodejaneiro.am.br)
 Fonte: Revista Cultura Espírita – Ano III – n° 31 – Outubro / 2011 – Pag.17.




Dez pensamentos para você acreditar na vida

PRIMEIRO: “O mundo não está à beira do abismo. A raça humana não está condenada. A civilização não vai se destruir. O capitão está na ponte de comando. A humanidade está passando por uma época difícil, mas muitas vezes antes, em sua longa história, a civilização passou por dificuldades e sempre emergiu fortalecida e purificada” (Emmer Foz).

SEGUNDO: “Espera pelo amanhã, quando o teu dia se te apresente sombrio e apavorante. Aguarda um pouco mais, quando te empurrar ao desespero. A Divindade possui soluções que desconheces para todos os enigmas e recursos que te escapam, a fim de elucidar e dirimir aquívocos e dificuldades” (Joana de Ângelis)

TERCEIRO: “Cada vinte e quatro horas é uma vida, cada noite, um partir do mundo; cada manhã, um ressuscitar. Tudo é novo ao amanhecer” (Gustave Le Bom).

QUARTO: “Quando na vida se fecha uma porta para nós, há sempre uma outra que se nos abre. O mal é que, em geral, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada que não nos apercebemos da que se abriu” (J. Paul Schmitt).

QUINTO: “Não pense que abandonar a vida poderá resolver o seu problema. Ao contrário, vai complicá-lo muito mais. Não seja covarde! Enfrente a luta; todos os seus esperam de você a coragem de lutar até o fim. Não fuja do campo de batalha justamente na hora em que o combate se torna mais aceso. Seja corajoso. Não fuja das responsabilidades que você assumiu” (Carlos Pastorino).

SEXTO: “A pior emoção do suicídio é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo de decomposição do corpo. Abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido” (Emmanuel).

SÉTIMO: “O bem consiste em preservar a vida, em lhe dar suporte, em procurar levá-la a seu mais alto valor. O mal consiste em destruir a vida, em feri-la ou destruí-la em plena florescência” (Albert Schweitzer).

OITAVO: “A alma deve conquistar, um por um, todos os elementos, todos os atributos de sua grandeza, de seu poder, de sua felicidade, e para isso precisa do obstáculo, da natureza resistente, hostil mesmo, da matéria adversa, cujas exigências e rudes lições provocam seus esforços e formam sua experiência” (Léon Dennis).

NONO: “Eu dormia e sonhava que a vida era alegria. Despertei e vi que a vida era serviço. Servi e aprendi que o serviço era alegria” (Rabindranath Tagore).

DÉCIMO: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Ah, meu Deus, eu sei que a vida poderia ser melhor e será. Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita!” (Gonzaguinha).

Por fim, lembre-se de que mesmo o pior cenário que se apresente diante de seus olhos tem alguma solução. E esta solução, definitivamente, passa por acreditar de forma incondicional na vida, sempre.

Marcos Leite e jornalista, publicitário e coordenador do programa “Espaço Jovem”,
veiculado pela Rádio Rio de Janeiro (1400 KHz AM / www.radioriodejaneiro.am.br)
Fonte: Revista Cultura Espírita – Ano II – n° 24 – Março / 2011 – Pag.17.



Nobreza Humana

          Possivelmente você já ouviu ao menos falar sobre os três tenores.

O italiano Luciano Pavarotti, os espanhóis Plácido Domingo e José Carreras.

É possível mesmo que os tenha assistido pela TV, abrilhantando eventos como a Copa do Mundo de futebol.

O que talvez você não saiba é que Plácido Domingo é madrileño e José Carreras é catalão. E há uma grande rivalidade entre madrileños e catalães.

Plácido e Carreras não fugiram à regra. Em 1984, por questões políticas, tornaram-se inimigos.

Sempre muito requisitados em todo o mundo, ambos faziam constar em seus contratos que só se apresentariam se o desafeto não fosse convidado.

Em 1987, Carreras ganhou um inimigo mais implacável que Plácido Domingo. Foi surpreendido por um terrível diagnóstico de leucemia.

Submeteu-se a vários tratamentos, como auto-transplante de medula óssea e trocas de sangue. Por isso, era obrigado a viajar mensalmente aos Estados Unidos. Claro que sem condições para trabalhar, e com o alto custo das viagens e do tratamento, logo sua razoável fortuna acabou. Sem condições financeiras para prosseguir o tratamento, Carreras tomou conhecimento de uma instituição em Madrid, denominada Fundación Hermosa.

Fora criada com a finalidade única de apoiar a recuperação de leucêmicos.

Graças ao apoio dessa fundação, ele venceu a doença. E voltou a cantar. Tornando a receber altos cachês, tratou de se associar à fundação. Foi então que, lendo os estatutos, descobriu que o fundador, maior colaborador e presidente era Plácido Domingo.

            Mais do que isso. Descobriu que a fundação fora criada, em princípio, para atender a ele, Carreras. E que Plácido se mantinha no anonimato para não o constranger por ter que aceitar auxílio de um inimigo.

Momento extraordinário, e muito comovente aconteceu durante uma apresentação de Plácido, em Madrid. De forma imprevista, Carreras interrompeu o evento e se ajoelhou a seus pés. Pediu-lhe desculpas. Depois, publicamente lhe agradeceu o benefício de seu restabelecimento.

Mais tarde, quando concedia uma entrevista na capital espanhola, uma repórter perguntou a Plácido Domingo por que ele criara a Fundación Hermosa.

Afinal, além de beneficiar um inimigo, ele concedera a oportunidade de reviver a um dos poucos artistas que poderiam lhe fazer alguma concorrência.

A resposta de Plácido Domingo foi curta e definitiva: "porque uma voz como essa não se podia perder." Fazer o bem sem ostentação é grande mérito.

 "Que essa história não caia no esquecimento. E, tanto quanto
possível, nos sirva de inspiração e exemplo".




Deixa a raiva secar
 Mariana ficou toda feliz´porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Mariana não podia porque ia sair com sua mãe naquela manhã. Júlia, então, pediu a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.
Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.
Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou: Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo?
Emprestei o meu brinquedo, ela estragou tudo e ainda deixou jogado no chão. Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações. Mas a mamãe, com muito carinho, ponderou:
- Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo todo branquinho e um carro, passando, jogou lama em sua roupa?
Ao chegar a sua casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou.
Você lembra do que a vovó falou? Ela falou que era para deixar o barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha! Com a raiva e a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo. Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu ir para a sala ver televisão.
Logo depois alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
- Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Ai ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado.
Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim.
Não foi minha culpa.
Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou. E, tomando a sua coleguinha pela mão, levou-a para o quarto para contar história do vestido novo que havia sujado de barro.


Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.


Esta é uma história de quatro pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.
Havia um importante trabalho a ser feito e Todo Mundo tinha certeza que Alguém o faria.

Qualquer Um poderia tê-lo feito, mas Ninguém o fez.

Alguém se zangou porque era um trabalho de Todo Mundo.

Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo, mas Ninguém imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo.

Ao final, Todo Mundo culpou Alguém quando Ninguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito.
Barulho na Carroça

Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia...
Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho.

Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo,
tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

(Autor desconhecido)


Aprende
(William Shakespeare)
(Campo de Papoulas em Argenteuil - Monet)
 "Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"



A Arma Infalível


          Certo dia, um homem revoltado criou um poderoso e longo pensamento de ódio, colocou-o numa carta rude e mal criada e mandou-o para o chefe da oficina de que fora despedido.

O pensamento foi vazado em forma de ameaças cruéis. E quando o diretor de serviço leu as frases ingratas que o bilhete expressava, acolheu-o, desprevenidamente, no próprio coração, e tornou-se furioso sem saber por quê. Encontrou, quase de imediato, o subchefe da oficina e, a pretexto de enxergar uma pequena peça quebrada, desfechou sobre ele a bomba mental que trazia consigo.

Foi a vez do subchefe tornar-se neurastênico, sem dar o motivo. Abrigou a projeção maléfica no sentimento, permaneceu amuado várias horas e, no instante do almoço, ao invés de alimentar-se, descarregou na esposa o perigoso dardo intangível. Tão só por ver um sapato imperfeitamente engraxado, proferiu dezenas de palavras feias; sentiu-se aliviado e a mulher passou a asilar no peito a odienda vibração, em forma de cólera inexplicável. Repentinamente transtornada pelo raio que a ferira e que, até ali, ninguém soubera remover, encaminhou-se para a empregada que se incumbia do serviço de calçados e desabafou. Com palavras indesejáveis inoculou-lhe no coração o estilete invisível.

Agora, era uma pobre menina quem detinha o tóxico mental. Não podendo despejá-lo nos pratos e xícaras ao alcance de suas mãos, em vista do enorme débito em dinheiro que seria compelida a acertar, acercou-se de velho cão, dorminhoco e paciente, e transferiu-lhe o veneno imponderável, num pontapé de largas proporções.

O animal ganiu e disparou, tocado pela energia mortífera e, para livrar-se desta, mordeu a primeira pessoa que encontrou em via pública.

Era a senhora de um proprietário vizinho que, ferida na coxa, se enfureceu instantaneamente, possuída pela força maléfica. Em gritaria desesperada, foi conduzida a certa farmácia; entretanto, deu-se pressa em transferir ao enfermeiro que a socorria a vibração amaldiçoada. Crivou-o de xingamentos e esbofeteou-lhe o rosto.

O rapaz muito prestativo, de calmo que era, converteu-se em fera verdadeira. Revidou os golpes recebidos com observações ásperas e saiu, alucinado, para a residência, onde a velha e devotada mãezinha o esperava para a refeição da tarde. Chegou e descarregou sobre ela toda a ira de que era portador.

- Estou farto! - bradou - a senhora é culpada dos aborrecimentos que me perseguem! Não suporto mais esta vida infeliz! Fuja de minha frente!...

          Pronunciou nomes terríveis. Blasfemou. Gritou, colérico, qual louco.

A velhinha, porém, longe de agastar-se, tomou-lhe as mãos e disse-lhe com naturalidade e brandura:

- Venha cá, meu filho! Você está cansado e doente! Sei a extensão de seus sacrifícios por mim e reconheço que tem razão para lamentar-se. No entanto, tenhamos bom ânimo! Lembremo-nos de Jesus!... Tudo passa na Terra. Não nos esqueçamos do amor que o Mestre nos legou...

Abraçou-o, comovida, e afagou-lhe os cabelos!

O filho demorou-se a contemplar-lhe os olhos serenos e reconheceu que havia no carinho materno tanto perdão e tanto entendimento que começou a chorar, pedindo-lhe desculpas.

Houve então entre os dois uma explosão de íntimas alegrias. Jantaram felizes e oraram em sinal de reconhecimento a Deus.

A projeção destrutiva do ódio morrera, afinal, ali, dentro do lar humilde, diante da força infalível e sublime do amor.

Do livro: "Alvorada Cristã"
Fonte: http://www.gesp.org.br/mensagens/a_arma_infalivel.htm




O laço e o abraço
(Mário Quintana)




Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.

É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.

É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.

E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?

Vai escorregando...
devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livres as duas bandas do laço.

Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.

E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual aos meus pedaços de fita,

sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!



Deficiências
(Mário Quintana)



"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."





Organize-se


Você abriu, feche.

Acendeu, apague.

Desarrumou, arrume.

Sujou, limpe.

Está usando algo, trate com carinho.

Quebrou, conserte.

Não sabe consertar, chame quem o faça.

Para usar o que não lhe pertence, peça licença.

Pediu emprestado, devolva.

Não sabe como funciona, não mexa.

É de graça, não desperdice.

Não sabe fazer melhor, não critique.

Não veio ajudar, não atrapalhe.

Prometeu, cumpra.

Ofendeu, desculpe-se.

Falou, assuma.

Seguindo esses preceitos, Você viverá melhor.



Pensemos nisso...



1º Ponto - Três coisas devemos cultivar:
- o esforço
- a verdade
- a perseverança

2º Ponto - Três qualidades devemos preservar:
- o caráter
- a nobreza
- um cristalino coração de criança

3º Ponto - Três colunas devemos manter de pé, a todo custo:
- a calma
- o otimismo
- a serenidade

4º Ponto - Três flores devemos plantar:
- a justiça
- o bem
- a cordialidade

5º Ponto - Três tesouros devemos adquirir:
- bons livros
- bons discos
- alegria, para não desafinar na orquestra da vida

6º Ponto - Três vampiros devemos expulsar de casa:
- a cobiça
- o medo
- o rancor, sugadores de nosso sangue e energias

7º Ponto - Em três fontes inesgotáveis devemos beber:
- no verde da natureza
- no azul do céu
- na majestade indômita do mar

8º Ponto - Três bandidos (ladrões) devemos matar, antes que eles nos matem:
- o pessimismo
- a covardia
- o desânimo

9º Ponto - Três legados preciosos devemos defender:
- a honra
- a pátria
- os amigos

10º Ponto - Três diamantes devemos burilar:
- o trabalho
- a prece
- o silêncio

11º Ponto - Três galhos devemos podar:
- a língua
- a indisciplina
- a maledicência

12º Ponto - Três irmãs gêmeas devemos nutrir:
- a fé
- o amor
- a esperança

(Autor Desconhecido)





Dois Remos

Um viajante ia caminhando às margens de um grande rio. Seu objetivo era chegar à outra margem. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio, oferecendo-se para transportá-lo.
O pequeno barco envelhecido era provido de dois remos de carvalho. Logo os seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés dentro do barco o viajante observou que eram duas palavras. Num dos remos estava escrito Acreditar e no outro Agir.
Curioso, o viajante perguntou a razão daquelas palavras nos remos. O barqueiro então pegou o remo chamado Acreditar e começou a remar. O barco começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo chamado Agir e começou a remar. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente, e o barco, então, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas, chegando ao outro lado do rio.
Então, o barqueiro disse ao viajante:
— Este porto se chama autoconfiança. É preciso Acreditar e também Agir para que possamos alcançá-lo.
(Autor desconhecido)



Estrelas do mar


 Era uma vez... Um escritor que morava numa praia tranquila, perto de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar e à tarde ficava em casa escrevendo.
 
Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto, reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.

- Por que está fazendo isso? - perguntou o escritor.

- Você não vê? - explicou o jovem. A maré está em baixa e o sol está brilhando. Elas irão secar e morrer se ficarem na areia.

- Mas meu jovem, existem milhares de quilômetros de praia por esse mundo afora, e centenas de milhares de estrelas espalhadas pela praia. Que diferença faz você jogar algumas poucas de volta para o oceano? As que não forem jogadas vão morrer de qualquer forma.

 O jovem recolheu mais uma estrela da areia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor:

- Para essa aqui faz toda a diferença.

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir.

Pela manhã voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e, juntos, começaram a jogar estrelas de volta ao oceano.

Você também pode fazer a diferença!
(Autor desconhecido)




Parábola da Fonte
(Joanna de Ângelis a Divaldo Franco)



Havia uma fonte pequena e insignificante, que estava perdida num bosque. Um dia, alguém por ali passando, com sede, atirou um balde e retirou água, sorvendo-a em seguida e se foi.

A fonte ficou tão feliz que disse de si para consigo:

Como eu gostaria de poder dessedentar os viandantes, já que sou uma água preciosa!

E orou a Deus:

- Ajuda-me a dessedentar!

Deus deu-lhe o poder. A fonte cresceu e veio à borda. As aves e os animais começaram a sorvê-la e ela ficou feliz.

A fonte propôs:

- Que bom é ser útil, matar a sede. Eu gostaria de pedir a Deus que me levasse além dos meus limites, para umedecer as raízes das árvores e correr a céu aberto.

Veio então a chuva, ela transbordou e tomou-se um córrego.

Animais, aves, homens, crianças e plantas beneficiaram-se dela.

A fonte falou:

- Meu Deus, que bom é ser um córrego! Como eu gostaria de chegar ao mar!

E Deus fez chover abundantemente, informando:

Segue, porque a fatalidade dos córregos e dos rios é alcançar o delta e atingir o mar. Vai!

E o riacho tomou-se um rio, o rio avolumou as águas. Mas, numa curva do caminho, havia um toro de madeira.

O rio encontrou o seu primeiro impedimento.

Em vez de se queixar, tentou passar por baixo, contornar, mas o tronco de madeira cerceava-lhe os passos. Ele parou, cresceu e o transpôs tranquilamente.

Adiante, havia seixos, pequeninas pedras que ele carregou e outras inamovíveis, cujo volume ele não poderia remover. Ele parou, cresceu e as transpôs, até que chegou ao mar.

- E como alguém um dia bebeu da linfa que tu carregavas, pediste para chegar à borda, e Deus, que é amor, atendeu-te.

Não te permitas queixas.
Se surge um impedimento em teu caminho, cala, cresce, transpõe-no, porque a
tua fatalidade é o mar, se é que queres alcançar o oceano da Misericórdia Divina.




Casa arrumada
(Carlos Drummond de Andrade)



Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.


Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas…

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida…
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto…
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.

A que está sempre pronta pros amigos, filhos… Netos, pros vizinhos…
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca  a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias…
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela…
E reconhecer nela o seu lugar.


  

Tua Caminhada...
(Charles Chaplin)


Tua caminhada ainda não terminou....

A realidade te acolhe dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória.

Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói.

Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas.

Por mais que tenhas errado e erres, para ti haverá sempre esperança, enquanto te envergonhares de teus erros. Tu és jovem.

Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar à perfeição. A juventude precisa de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água que rola e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás... mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te. 





Vamos consertar o mundo?


Um professor passava o final de semana em sua casa, concluindo sua tese sobre como consertar o mundo. Seu filho, brincando à sua volta, toda hora solicitava sua atenção fazendo perguntas e tirando-lhe a concentração.

O professor, com o intuito de distrair a criança, pegou um cartaz do mapa-múndi, recortou em vários pedaços, transformando-o num quebra-cabeça. Pediu então que o menino montasse novamente, esperando que isso o ocupasse por um bom tempo, o suficiente para concluir o seu trabalho.

O menino pegou os pedaços de papel e alguns minutos depois chamou o pai para ver o quebra-cabeça montado. O professor, admirado com a rapidez do filho, pensou que no mínimo o mapa estaria montado errado, mas qual não foi sua surpresa quando constatou que este estava completo e perfeito.

Intrigado com o fato, perguntou ao garoto como ele havia conseguido realizar tarefa tão difícil em tão pouco tempo.

O menino explicou:

- Pai, você me pediu para consertar o mundo, não foi? Como estava difícil entender aquelas gravuras, resolvi virar as peças do outro lado e percebi que atrás delas havia partes do corpo de um homem. Achei mais fácil consertar o homem do que o mundo.

Quando a gravura do homem estava completa, virei o quebra-cabeça do lado contrario e percebi que o mundo havia sido consertado também. Foi fácil!

Naquele momento o pai entendeu que, para consertar o mundo, era preciso primeiro consertar o homem. E assim pôde concluir sua tese.

“Para transformar o mundo que está à sua volta, é necessário primeiro transformar-se a si mesmo.”



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